28.5.09

A Necessidade da Mãe - Ser Natural

Sei que a humanidade evolui, e que o mundo evolui junto com a humanidade. Isso é inclusive um “forte” argumento que vem sendo usado para muitas cesáreas desnecessárias e analgesias fora de hora. Mas acredito que algumas coisas, quando preservadas tendem a prosperar mais. E para mim, o que há de mais importante a se preservar é a naturalidade. A naturalidade entendida como “ligação com a Natureza”. Acredito que seja consenso, ponto indiscutível, que a natureza é um organismo perfeito. Sendo então a maternidade considerada desde a puberdade, ovulação, concepção, gestação e parto, um evento orgânico, não consigo encontrar meio melhor do que a Natureza para estudar e poder melhor formar minhas opiniões, convicções e atitudes e meu modo de viver em se tratando do período pós-parto* (*considerando toda vida do filho e da mãe). Observando a natureza, posso perceber que tudo acontece pela necessidade. Um exemplo básico: A noite e o dia pela necessidade de repousarmos e trabalharmos, a chuva pela necessidade de nos alimentarmos, etc. Quando digo nós, falo de todos os seres naturais, inclusive nós humanos. Tendo em conta estes fatores, quero expor alguns pensamentos... Dia desses li em uma comunidade no orkut uma frase do tipo: “Cama compartilhada é o maior absurdo que vi dentre as novidades na criação de bebês”. Do outro lado estão comunidades de nomes como: “Eu pratico cama compartilhada”. Considero dois opostos radicais. Se indagada a respeito do assunto, prefiro dizer: “Meu filho dorme na minha cama” ou “Meu filho dormiu na minha cama até os cinco meses e meio”... “Não dorme mais porque está grande, e enquanto há um mês eu me sentia melhor com ele ao meu lado, agora me sinto melhor com ele no berço”. Para mim isso é simples assim. Já existem mil e uma teorias de que a criança se sentiria mais segura dormindo na cama com a mãe, ou não desenvolveria independência se assim o fizesse. Pessoalmente, não fico buscando teorias nem procurando novos nomes para explicar coisas que já estão explicadas pela minha necessidade natural. Cada caso é um caso, e se eu sinto que para mim e meu primeiro filho é melhor de tal forma, é assim que faço, sem precisar me embasar em uma ou outra teoria, do mesmo modo que posso sentir diferente com meu segundo, terceiro, quarto e quinto filho. Buscando resolver as coisas, baseada nos meus instintos naturais conscientes, enquanto ser humano que sou. Da mesma forma vejo o tema: Mães que se dedicam integralmente à sua família, ou seja, não trabalham fora, e mães que também se dedicam à sua família, mas trabalham fora. Posso começar pelas mães que se dedicam “integralmente” (em tempo integral) aos seus filhos e maridos. E mesmo estas encontram um tempo para fazer algo para “si”, como escrever, ler, fazer um exercício físico ou mesmo tomar um banho demorado. Não vejo que isto seja “abdicar” dos seus interesses pessoais, ou viver “para os outros”, considerando que este é o interesse pessoal dessa mulher, esta é a necessidade natural dela. Pode ser que o que a faça feliz seja simplesmente “servir” à sua família. Existem mulheres assim. Também conheço mulheres que sentem a necessidade de trabalhar. Que simplesmente “não agüentam” se dedicar apenas aos filhos, marido e casa. Esta é a necessidade orgânica dela. A natureza daquela pessoa, o que não a faz inferior nem superior, apenas é o que é. Há também momento pra tudo. “Tempo pra tudo há”, como diz Maria Mariana em seu livro. E uma mesma mulher pode ter e há de ter necessidades diferentes em diferentes momentos da vida. Mas esses dois tipos não são ainda o causador de toda a polêmica. E sim o terceiro caso: A mulher que tem a necessidade de trabalhar para auxiliar ou prover o sustento da casa. Muitos dizem: “Esta mulher poderia escolher levar uma vida mais simples para poder cuidar dos seus filhos pessoalmente”. Nesse caso, vejo que o fato é que esta não é a necessidade natural dela, pelo menos não nesse momento. E finalmente, há o caso da mulher que cuida sozinha dos seus filhos (sem a presença e auxílio do pai) e ainda tem que sustentá-los com um salário mínimo, muitas vezes nem isso. “E aí, como é que fica? Ela não tem escolha”, posso ouvir a pergunta soar. Vejo que este caso não se exclui da necessidade natural daquele ser. Mesmo que inconsciente. A necessidade do organismo para a evolução e desenvolvimento do ser, no sentido do aprimoramento do ser mãe.
Mesmo assim vejo que há possibilidades de melhorar esta situação, mas isto já é um outro capítulo. O que acho importante é que toda mulher busque verdadeiramente dentro de si qual é sua necessidade orgânica. E que esta, seja respeitada primordialmente por si própria.