17.6.09

A Necessidade Orgânica do Bebê - Ser Natural

Há dias que tenho ouvido falar de uma situação: Minha auxiliar tem uma filha, que por sua vez tem um filho (na verdade tem dois, mas a situação é com o mais novo). O bebê chora, chora, chora, chega a berrar, incomodar os vizinhos... Dizem que é sem motivo, “ele chora assim
mesmo”. Ninguém mais sabe o que faz.
Hoje o menino estava berrando. Fui até a casa dela e na hora que cheguei ele já estava mais calmo. Era final de tarde, e quando a mãe foi me acompanhar até o carro, percebi que o bebê ficou encantado com a rua. Em tempo: Era uma rua de paralelepípedos, traquila-tranquila, quase na beira do rio... Numa cidade do interior. Então eu disse: “Aproveita esse horário gostoso, coloca ele no carrinho e vai passear, chacoalhar nos paralelepípedos, olhar o rio, o pôr-do-sol, assim ele cansa e fica mais calmo, dorme melhor”. Ela riu. Eu não entendi, e ela disse: “Passear? Passear?” e riu. “Imagina! Passear com menino!”. Ela não passeia com o bebê. E eu, fiquei pasma. Isso eu ainda não tinha visto.
Diagnóstico: O bebê passa o dia dentro da casa praticamente na penumbra (pois a casa não tem grandes janelas e as que tem não ficam abertas) com a televisão ligada, a mãe quer que ele fique quietinho em cima da cama olhando pro teto sem dar um piu, enquanto ela se ocupa dos afazeres da casa. Só se ele fosse um boneco, né!
Isso me fez pensar. Quanto mais conheço e convivo com pessoas, mais coisas vejo, aprendo e algumas vezes até me surpreendo. Hábitos que são muito naturais pra mim, e até dentro do meu círculo social muitas vezes podem soar estranho e até esquisito pra outras pessoas. Como por exemplo: Passear com o bebê, conversar com o bebê, andar com o bebê no sling, etc. Pra mim, atos de amor. É como eu “namoro” meu bebê. Tem a ver com o texto que escrevi há alguns dias a respeito da “necessidade natural da mãe”, isso é a “necessidade natural do bebê”. Que na minha opnião, a mãe tem o dever de no mínimo prestar atenção. Lembrar que o bebê é uma pessoa, que tem necessidades assim como eu. Necessidade por exemplo, de mudar de ambiente, de ver a luz do sol e acompanhar o dia passar... É uma pessoa, e tem necessidade de palavra e de carinho.

Bebê pequeno gosta de colo. E gosta porque esta é uma necessidade natural dele e não porque é manhoso, dengoso ou está mal-acostumado. ele apenas precisa de segurança, calor humano. Gosta de passear porque esta é uma necessidade natural dele, da sua pele, dos seus sentidos, ele precisa disso para o seu desenvolvimento. Bebê precisa de palavra, de explicações, de carinho. São só exemplos de algumas das suas necessidades orgânicas, pois acredito que a maior dessas necessidades seja ter pais verdadeiramente atenciosos. É a natureza dele. A Natureza o fez assim. É simples, tendo atendidas as necessidades do seu organismo, há de ser um ser calmo, tranqüilo e feliz.

3.6.09

Ser mãe é ter amor no coração...

Hoje levei o Lélo (meu cachorro) pra tomar banho no petshop, quando fui buscá-lo (com o Luiz) nos deparamos com fofíssimos filhotes de coelho que estavam lá a venda por apenas 5 reais! Eles são muito pequenininhos, ainda deveriam estar mamando, mas o dono não quis. O Luiz se encantou com os bicnhinhos, e eu decidi trazê-los pra casa pra fazer um teste. Se os cachorros não os aceitassem bem eu os devolveria. Cheguei em casa e advinhem!
A Lóli resolveu adotá-los. Ela está certa de que é a mãe deles. Tem certeza absoluta. Na cabeça dela não resta nenhuma dúvida.
Eu eu que fiquei com medo que ela fôsse querer comer os coelhinhos... Como pude pensar uma coisa dessas da minha Loléca???

2.6.09

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...

“Uma crisálida (latim: chrysaliis, do grego χρυσαλλίς = chrysallís, plural: crisálidas), é o estágio de pupa de insetos da ordem lepidoptera. O termo é derivado da coloração metálico-dourada encontrada nas pupas de muitas borboletas (grego: χρυσός (chrysós) significa ouro).”

“O estágio de crisálida em muitas borboletas e o único aonde elas pouco se movem ou não o fazem. Entretanto, muitas pupas de borboletas são capazes de mover seus segmentos abdominais para produzir sons que possam afugentar potenciais predadores. Dentro das crisálidas ocorre o processo de crescimento e diferenciação sexual. As borboletas adultas emergem destas e expandem suas asas para bombear sangue pelas veias. Esta rápida e brusca mudança é chamada metamorfose.” (Wikipédia)

Dias atrás, vi no sítio um momento muito bonito. Uma borboleta saindo do casulo. Não posso negar que não foi fácil acompanhar. É um momento demorado (pra quem está assistindo), delicado. Durante a maior parte do tempo é até difícil de perceber os progressos. Mas eles estão acontecendo. Para quem está de fora, as evoluções são quase imperceptíveis, pois acontecem dentro, mas para a borboleta que as vivencia, acredito que não. Com transformações tão delicadas, parece que quando a borboleta consegue sair do casulo, aquilo aconteceu de repente. Mas para a frágil lagarta, que se esforçou tanto para afugentar predadores ou simplesmente para se manter segura àquela folha, aquilo não aconteceu “de repente”.

Uma lagarta (?!?), se transformar em uma linda borboleta? Como pode? É a natureza, como diria o poeta. E mesmo podendo a natureza promover “milagres” como este, não foi de repente. Ela precisou passar pelo estágio da “crisálida”, seu momento de crise. No qual, a qualquer ameaça de vento forte ela estaria sujeita a ver seu futuro colorido desaparecer no ar.

Ufa! Não foi fácil, mas finalmente ela consegue se livrar do casulo e pouco a pouco suas asas úmidas vão secando, secando, até ela conseguir alçar seu primeiro vôo. Até o galho ao lado. Aprendeu a voar. Agora, já pode ganhar os ares e alegrar os olhos que estiverem abertos para a alegria.

Lindo Momento.

“Será que a borboleta lembra que já foi lagarta?”

“Será que a lagarta sabe que um dia vai voar?” (Palavra Cantada)