4.8.09

"A Tecnologia do Abraço"

O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...
"É... das invenção dos homi, a que mais tem sintido é o abraço. O abraço num tem jeito di um só aproveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha... Quandu ocê tá danado de sodade, o abraço de arguém ti alivia... Quandu ocê tá cum muita reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva... Si ocê tá feliz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua alegria... Si arguém tá duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém... Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê purquê qui é qui o abraço tem tanta tequinologia, mas ninguém inda discubriu... Mas, iêu sei! Foi um ispirto bão de Deus qui mi contô... Iêu vô contá procêis u qui foi quel mi falô: O abraço é bão pur causa do Coração... Quandu ocê abraça arguém, fais massarge no coração! I o coração do ôtro é massargiado tamém! Mas num é só isso, não... Aqui tá a chave do maió segredo de tudo: É qui, quandu nois abraça arguém, nóis fica cum dois coração no peito..." (Anônimo)

31.7.09

Fofuras do Luiz

Toca a campainha. O Luiz, como sempre, pergunta: "Quem é, mamãe?" "É o supermercado, Luiz" . No que ele vai até a sala e volta. "Mamãe, supermercado tem perna?"

17.6.09

A Necessidade Orgânica do Bebê - Ser Natural

Há dias que tenho ouvido falar de uma situação: Minha auxiliar tem uma filha, que por sua vez tem um filho (na verdade tem dois, mas a situação é com o mais novo). O bebê chora, chora, chora, chega a berrar, incomodar os vizinhos... Dizem que é sem motivo, “ele chora assim
mesmo”. Ninguém mais sabe o que faz.
Hoje o menino estava berrando. Fui até a casa dela e na hora que cheguei ele já estava mais calmo. Era final de tarde, e quando a mãe foi me acompanhar até o carro, percebi que o bebê ficou encantado com a rua. Em tempo: Era uma rua de paralelepípedos, traquila-tranquila, quase na beira do rio... Numa cidade do interior. Então eu disse: “Aproveita esse horário gostoso, coloca ele no carrinho e vai passear, chacoalhar nos paralelepípedos, olhar o rio, o pôr-do-sol, assim ele cansa e fica mais calmo, dorme melhor”. Ela riu. Eu não entendi, e ela disse: “Passear? Passear?” e riu. “Imagina! Passear com menino!”. Ela não passeia com o bebê. E eu, fiquei pasma. Isso eu ainda não tinha visto.
Diagnóstico: O bebê passa o dia dentro da casa praticamente na penumbra (pois a casa não tem grandes janelas e as que tem não ficam abertas) com a televisão ligada, a mãe quer que ele fique quietinho em cima da cama olhando pro teto sem dar um piu, enquanto ela se ocupa dos afazeres da casa. Só se ele fosse um boneco, né!
Isso me fez pensar. Quanto mais conheço e convivo com pessoas, mais coisas vejo, aprendo e algumas vezes até me surpreendo. Hábitos que são muito naturais pra mim, e até dentro do meu círculo social muitas vezes podem soar estranho e até esquisito pra outras pessoas. Como por exemplo: Passear com o bebê, conversar com o bebê, andar com o bebê no sling, etc. Pra mim, atos de amor. É como eu “namoro” meu bebê. Tem a ver com o texto que escrevi há alguns dias a respeito da “necessidade natural da mãe”, isso é a “necessidade natural do bebê”. Que na minha opnião, a mãe tem o dever de no mínimo prestar atenção. Lembrar que o bebê é uma pessoa, que tem necessidades assim como eu. Necessidade por exemplo, de mudar de ambiente, de ver a luz do sol e acompanhar o dia passar... É uma pessoa, e tem necessidade de palavra e de carinho.

Bebê pequeno gosta de colo. E gosta porque esta é uma necessidade natural dele e não porque é manhoso, dengoso ou está mal-acostumado. ele apenas precisa de segurança, calor humano. Gosta de passear porque esta é uma necessidade natural dele, da sua pele, dos seus sentidos, ele precisa disso para o seu desenvolvimento. Bebê precisa de palavra, de explicações, de carinho. São só exemplos de algumas das suas necessidades orgânicas, pois acredito que a maior dessas necessidades seja ter pais verdadeiramente atenciosos. É a natureza dele. A Natureza o fez assim. É simples, tendo atendidas as necessidades do seu organismo, há de ser um ser calmo, tranqüilo e feliz.

3.6.09

Ser mãe é ter amor no coração...

Hoje levei o Lélo (meu cachorro) pra tomar banho no petshop, quando fui buscá-lo (com o Luiz) nos deparamos com fofíssimos filhotes de coelho que estavam lá a venda por apenas 5 reais! Eles são muito pequenininhos, ainda deveriam estar mamando, mas o dono não quis. O Luiz se encantou com os bicnhinhos, e eu decidi trazê-los pra casa pra fazer um teste. Se os cachorros não os aceitassem bem eu os devolveria. Cheguei em casa e advinhem!
A Lóli resolveu adotá-los. Ela está certa de que é a mãe deles. Tem certeza absoluta. Na cabeça dela não resta nenhuma dúvida.
Eu eu que fiquei com medo que ela fôsse querer comer os coelhinhos... Como pude pensar uma coisa dessas da minha Loléca???

2.6.09

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...

“Uma crisálida (latim: chrysaliis, do grego χρυσαλλίς = chrysallís, plural: crisálidas), é o estágio de pupa de insetos da ordem lepidoptera. O termo é derivado da coloração metálico-dourada encontrada nas pupas de muitas borboletas (grego: χρυσός (chrysós) significa ouro).”

“O estágio de crisálida em muitas borboletas e o único aonde elas pouco se movem ou não o fazem. Entretanto, muitas pupas de borboletas são capazes de mover seus segmentos abdominais para produzir sons que possam afugentar potenciais predadores. Dentro das crisálidas ocorre o processo de crescimento e diferenciação sexual. As borboletas adultas emergem destas e expandem suas asas para bombear sangue pelas veias. Esta rápida e brusca mudança é chamada metamorfose.” (Wikipédia)

Dias atrás, vi no sítio um momento muito bonito. Uma borboleta saindo do casulo. Não posso negar que não foi fácil acompanhar. É um momento demorado (pra quem está assistindo), delicado. Durante a maior parte do tempo é até difícil de perceber os progressos. Mas eles estão acontecendo. Para quem está de fora, as evoluções são quase imperceptíveis, pois acontecem dentro, mas para a borboleta que as vivencia, acredito que não. Com transformações tão delicadas, parece que quando a borboleta consegue sair do casulo, aquilo aconteceu de repente. Mas para a frágil lagarta, que se esforçou tanto para afugentar predadores ou simplesmente para se manter segura àquela folha, aquilo não aconteceu “de repente”.

Uma lagarta (?!?), se transformar em uma linda borboleta? Como pode? É a natureza, como diria o poeta. E mesmo podendo a natureza promover “milagres” como este, não foi de repente. Ela precisou passar pelo estágio da “crisálida”, seu momento de crise. No qual, a qualquer ameaça de vento forte ela estaria sujeita a ver seu futuro colorido desaparecer no ar.

Ufa! Não foi fácil, mas finalmente ela consegue se livrar do casulo e pouco a pouco suas asas úmidas vão secando, secando, até ela conseguir alçar seu primeiro vôo. Até o galho ao lado. Aprendeu a voar. Agora, já pode ganhar os ares e alegrar os olhos que estiverem abertos para a alegria.

Lindo Momento.

“Será que a borboleta lembra que já foi lagarta?”

“Será que a lagarta sabe que um dia vai voar?” (Palavra Cantada)

28.5.09

A Necessidade da Mãe - Ser Natural

Sei que a humanidade evolui, e que o mundo evolui junto com a humanidade. Isso é inclusive um “forte” argumento que vem sendo usado para muitas cesáreas desnecessárias e analgesias fora de hora. Mas acredito que algumas coisas, quando preservadas tendem a prosperar mais. E para mim, o que há de mais importante a se preservar é a naturalidade. A naturalidade entendida como “ligação com a Natureza”. Acredito que seja consenso, ponto indiscutível, que a natureza é um organismo perfeito. Sendo então a maternidade considerada desde a puberdade, ovulação, concepção, gestação e parto, um evento orgânico, não consigo encontrar meio melhor do que a Natureza para estudar e poder melhor formar minhas opiniões, convicções e atitudes e meu modo de viver em se tratando do período pós-parto* (*considerando toda vida do filho e da mãe). Observando a natureza, posso perceber que tudo acontece pela necessidade. Um exemplo básico: A noite e o dia pela necessidade de repousarmos e trabalharmos, a chuva pela necessidade de nos alimentarmos, etc. Quando digo nós, falo de todos os seres naturais, inclusive nós humanos. Tendo em conta estes fatores, quero expor alguns pensamentos... Dia desses li em uma comunidade no orkut uma frase do tipo: “Cama compartilhada é o maior absurdo que vi dentre as novidades na criação de bebês”. Do outro lado estão comunidades de nomes como: “Eu pratico cama compartilhada”. Considero dois opostos radicais. Se indagada a respeito do assunto, prefiro dizer: “Meu filho dorme na minha cama” ou “Meu filho dormiu na minha cama até os cinco meses e meio”... “Não dorme mais porque está grande, e enquanto há um mês eu me sentia melhor com ele ao meu lado, agora me sinto melhor com ele no berço”. Para mim isso é simples assim. Já existem mil e uma teorias de que a criança se sentiria mais segura dormindo na cama com a mãe, ou não desenvolveria independência se assim o fizesse. Pessoalmente, não fico buscando teorias nem procurando novos nomes para explicar coisas que já estão explicadas pela minha necessidade natural. Cada caso é um caso, e se eu sinto que para mim e meu primeiro filho é melhor de tal forma, é assim que faço, sem precisar me embasar em uma ou outra teoria, do mesmo modo que posso sentir diferente com meu segundo, terceiro, quarto e quinto filho. Buscando resolver as coisas, baseada nos meus instintos naturais conscientes, enquanto ser humano que sou. Da mesma forma vejo o tema: Mães que se dedicam integralmente à sua família, ou seja, não trabalham fora, e mães que também se dedicam à sua família, mas trabalham fora. Posso começar pelas mães que se dedicam “integralmente” (em tempo integral) aos seus filhos e maridos. E mesmo estas encontram um tempo para fazer algo para “si”, como escrever, ler, fazer um exercício físico ou mesmo tomar um banho demorado. Não vejo que isto seja “abdicar” dos seus interesses pessoais, ou viver “para os outros”, considerando que este é o interesse pessoal dessa mulher, esta é a necessidade natural dela. Pode ser que o que a faça feliz seja simplesmente “servir” à sua família. Existem mulheres assim. Também conheço mulheres que sentem a necessidade de trabalhar. Que simplesmente “não agüentam” se dedicar apenas aos filhos, marido e casa. Esta é a necessidade orgânica dela. A natureza daquela pessoa, o que não a faz inferior nem superior, apenas é o que é. Há também momento pra tudo. “Tempo pra tudo há”, como diz Maria Mariana em seu livro. E uma mesma mulher pode ter e há de ter necessidades diferentes em diferentes momentos da vida. Mas esses dois tipos não são ainda o causador de toda a polêmica. E sim o terceiro caso: A mulher que tem a necessidade de trabalhar para auxiliar ou prover o sustento da casa. Muitos dizem: “Esta mulher poderia escolher levar uma vida mais simples para poder cuidar dos seus filhos pessoalmente”. Nesse caso, vejo que o fato é que esta não é a necessidade natural dela, pelo menos não nesse momento. E finalmente, há o caso da mulher que cuida sozinha dos seus filhos (sem a presença e auxílio do pai) e ainda tem que sustentá-los com um salário mínimo, muitas vezes nem isso. “E aí, como é que fica? Ela não tem escolha”, posso ouvir a pergunta soar. Vejo que este caso não se exclui da necessidade natural daquele ser. Mesmo que inconsciente. A necessidade do organismo para a evolução e desenvolvimento do ser, no sentido do aprimoramento do ser mãe.
Mesmo assim vejo que há possibilidades de melhorar esta situação, mas isto já é um outro capítulo. O que acho importante é que toda mulher busque verdadeiramente dentro de si qual é sua necessidade orgânica. E que esta, seja respeitada primordialmente por si própria.