Há dias que tenho ouvido falar de uma situação: Minha auxiliar tem uma filha, que por sua vez tem um filho (na verdade tem dois, mas a situação é com o mais novo). O bebê chora, chora, chora, chega a berrar, incomodar os vizinhos... Dizem que é sem motivo, “ele chora assim
mesmo”. Ninguém mais sabe o que faz.
Hoje o menino estava berrando. Fui até a casa dela e na hora que cheguei ele já estava mais calmo. Era final de tarde, e quando a mãe foi me acompanhar até o carro, percebi que o bebê ficou encantado com a rua. Em tempo: Era uma rua de paralelepípedos, traquila-tranquila, quase na beira do rio... Numa cidade do interior. Então eu disse: “Aproveita esse horário gostoso, coloca ele no carrinho e vai passear, chacoalhar nos paralelepípedos, olhar o rio, o pôr-do-sol, assim ele cansa e fica mais calmo, dorme melhor”. Ela riu. Eu não entendi, e ela disse: “Passear? Passear?” e riu. “Imagina! Passear com menino!”. Ela não passeia com o bebê. E eu, fiquei pasma. Isso eu ainda não tinha visto.
Diagnóstico: O bebê passa o dia dentro da casa praticamente na penumbra (pois a casa não tem grandes janelas e as que tem não ficam abertas) com a televisão ligada, a mãe quer que ele fique quietinho em cima da cama olhando pro teto sem dar um piu, enquanto ela se ocupa dos afazeres da casa. Só se ele fosse um boneco, né!
Isso me fez pensar. Quanto mais conheço e convivo com pessoas, mais coisas vejo, aprendo e algumas vezes até me surpreendo. Hábitos que são muito naturais pra mim, e até dentro do meu círculo social muitas vezes podem soar estranho e até esquisito pra outras pessoas. Como por exemplo: Passear com o bebê, conversar com o bebê, andar com o bebê no sling, etc. Pra mim, atos de amor. É como eu “namoro” meu bebê. Tem a ver com o texto que escrevi há alguns dias a respeito da “necessidade natural da mãe”, isso é a “necessidade natural do bebê”. Que na minha opnião, a mãe tem o dever de no mínimo prestar atenção.
Lembrar que o bebê é uma pessoa, que tem necessidades assim como eu. Necessidade por exemplo, de mudar de ambiente, de ver a luz do sol e acompanhar o dia passar... É uma pessoa, e tem necessidade de palavra e de carinho.
Bebê pequeno gosta de colo. E gosta porque esta é uma necessidade natural dele e não porque é manhoso, dengoso ou está mal-acostumado. ele apenas precisa de segurança, calor humano. Gosta de passear porque esta é uma necessidade natural dele, da sua pele, dos seus sentidos, ele precisa disso para o seu desenvolvimento. Bebê precisa de palavra, de explicações, de carinho. São só exemplos de algumas das suas necessidades orgânicas, pois acredito que a maior dessas necessidades seja ter pais verdadeiramente atenciosos. É a natureza dele. A Natureza o fez assim. É simples, tendo atendidas as necessidades do seu organismo, há de ser um ser calmo, tranqüilo e feliz.
4 comentários:
Oi Tati,
ta muito bacana seu blog ( e voce deve estar se perguntando "quem eh essa estranha ai? :-)sou amiga do seu maridao !
Eu estou super nessa fase de mae tambem, ja com meus tres pimpolhos e o caçulinha com 4 meses... Ate sai com ele p/ dar uma voltinha depois da minha leitura :-)
Concordo com as necessidades dos bebes que voce fala. Eles ficam mais calmos e felizes, porem algumas crianças ja sao mais irritadas, choram com mais frequencia, e essas provavelmente sao as que mais precisam de um mimo. Eh bem complexo ne? tem a ver com a pessoa, o meio qu vive, a genetica, o espirito... mas nós como pais temos mais eh que faze-los chegar ao melhor que podem ser e felizes.
um beijo
Juliana
é isso ai!
apoiada1
aqui em casa agente tambem nao passa necessidade!
adoreeeei o blog!!!
li todos os textos!rs
estou comentando nesse pq é o mais atual... pra que vc saiba de cara que eu li e gostei muito!
concordo em absoluto com o "a necessidade da mãe - ser natural".
embora eu não seja mãe ainda, está super de acordo com o que eu penso a respeito!
um beijo e adicionei nos favoritos!
vou ficar "bisbilhotando" por aqui!rs
Bonito o blog, Tati e retorno o teu comentário. Gostei desse texto aqui, aliás, não gostei nem um pouco. Me dá uma angústia enorme ver esse tipo de realidade. Não é uma questão de
"hábitos", mas de níveis de consciência. Quanto menor a consciência das pessoas mas elas se tratam e tratam os demais como OBJETOS. Tudo o que tem "dentro" (da cabeça, do peito, das vísceras) "não existe". Quanto menor for o outro, quanto menos ele puder se fazer valer, mas objeto será.
A coisa fantástica que, ao nascer, todos estão frescos e bonitos, prontos para crescer e ser - mesmo quando nascem de pessoas que já pararam de crescer e ser há mutio tempo.
Entretanto a "vida" vai encarregar-se de encaixotá-los e amarrá-los e calá-los... Muito triste.
Beijo
Adriana
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